Vacinas

Introdução

A vacina estimula o corpo a defender-se contra os organismos (vírus e bactérias) que provocam doenças. As primeiras vacinas foram descobertas há mais de 200 anos. Atualmente, técnicas modernas são utilizadas para preparar as vacinas em laboratórios. As vacinas podem ser produzidas a partir de organismos enfraquecidos, mortos ou alguns de seus derivados. As vacinas podem ser aplicadas por meio de injeção ou por via oral (pela boca). Quando a pessoa é vacinada, seu corpo detecta a substância da vacina e produz uma defesa, os anticorpos. Esses anticorpos permanecem no organismo e evitam que a doença ocorra no futuro. Isso chama-se imunidade.

As vacinas são recursos indispensáveis para a saúde individual e pública. Por meio da imunização é possível prevenir infecções e impedir que várias doenças se espalhem por um território. É a maneira mais eficaz de controlar e até erradicar doenças.

O Instituto Butantan é responsável pela produção de importantes vacinas: vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (DTP), vacina adsorvida difteria e tétano adulto (dT), vacina adsorvida difteria e tétano infantil (DT), vacina adsorvida hepatite B (recombinante), vacina influenza sazonal trivalente (fragmentada e inativada) e vacina raiva inativada (VR/VERO).

Tríplice DTP – vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis

A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (DTP) atua na prevenção das seguintes doenças: difteria, tétano e coqueluche. Deve ser administrada aos dois, quatro e seis meses de vida. Depois, uma dose de reforço entre os 14 e os 18 meses, e outra entre os quatro e os seis anos da criança. A vacina DTP confere uma imunização de longa duração, mas não definitiva. Por isso, a vacinação deve ser repetida a cada dez anos.

O que essas doenças causam? Como são prevenidas?

Difteria - Também conhecida como crupe, é uma doença respiratória infectocontagiosa, causada pelo bacilo Corynebacterium diphtheriae que se instala nas amígdalas, faringe, laringe, nariz e, em alguns casos, nas mucosas e na pele. As pessoas infectadas podem sentir dificuldades respiratórias, terem problemas cardíacos, distúrbios neurológicos e pneumonia, sendo esse o maior risco de complicações em crianças e idosos.

Tétano – É uma doença infecciosa grave, não contagiosa, causada por toxina produzida pela bactéria Clostridium tetani e apresenta duas formas de ocorrência: acidental e neonatal. A primeira forma geralmente acomete pessoas que entram em contato com a bactéria ao manusearem o solo ou por meio de ferimentos ou lesões ocorridas por materiais contaminados em ferimentos na pele ou na mucosa, pelas quais o microrganismo possa penetrar. O tétano neonatal é causado pela contaminação durante a secção do cordão umbilical pelo uso de instrumentos cortantes mal esterilizados. O tétano pode causar convulsões e contrações musculares fortes, causando fraturas dos ossos em casos mais graves.

Pertussis – Também conhecida como coqueluche ou “tosse comprida”, é uma doença infecciosa causada pela bactéria Bordetella pertussis, que provoca ataques de tosse intensos, podendo interferir na respiração. O contágio ocorre por meio do contato com gotículas respiratórias geradas por tosse ou espirros de pessoas doentes, especialmente na fase catarral e nas primeiras três semanas do quadro, quando dificilmente se faz a suspeita diagnóstica. A transmissão indireta raramente ocorre. A doença pode causar pneumonia, bronquite, convulsões, distúrbios cerebrais e até levar ao óbito. O Instituto Butantan é produtor exclusivo do antígeno pertussis no Brasil. São usadas células inativadas com o componente antigênico pertussis na vacina DTP e, por isto, a resposta imune desta vacina é mais eficaz e duradoura quando comparada com vacinas que utilizam componentes acelulares como antígeno vacinal. Para maiores informações, veja em Bactérias, Bordetella pertussis.


Influenza - vacina sazonal trivalente (fragmentada e inativada)

A influenza, mais conhecida como gripe, é uma infecção viral que acomete o trato respiratório, de elevada transmissibilidade e distribuição global com mais de 500 milhões de infectados anualmente. A infecção dura aproximadamente uma semana, afetando principalmente nariz, garganta, brônquios e, ocasionalmente, os pulmões.

Em 1999, o Instituto Butantan assinou um acordo de transferência de tecnologia com a Sanofi Pasteur e teve apoio financeiro do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo para a compra dos equipamentos e a construção do Laboratório de Influenza em meados de 2003. Em 2014, recebeu o Certificado de Transferência de Tecnologia da Sanofi Pasteur e o Certificado de Boas Práticas de Fabricação da Anvisa, sendo assim, uma das poucas plantas de produção de biológicos certificadas do país.

A vacinação em dose única e anual, de poucos efeitos colaterais, é a maneira mais eficaz para a prevenção, reduzindo a propagação e diminuindo a gravidade e os sintomas da doença. Os sintomas mais comuns são: febre alta, dores musculares, dor de cabeça, mal-estar intenso, tosse, coriza e rinite. Quem tem alergia à proteína do ovo não deve se vacinar, pois a vacina é produzida a partir de ovos de galinha. A escolha das cepas vacinais é feita anualmente pela Organização Mundial da Saúde. Um indivíduo vacinado pode ainda ser infectado e ter gripe se o vírus da gripe responsável pela infecção não estiver na composição da vacina da gripe.


Hepatite B - vacina adsorvida (recombinante) VRHB

Em 1994, iniciou-se o desenvolvimento da vacina adsorvida hepatite B (recombinante), a partir de leveduras que passaram a expressar o antígeno de superfície do vírus da Hepatite B por técnicas de engenharia genética. Após testes clínicos realizados entre 1999 e 2001, o Instituto Butantan recebeu a aprovação da Anvisa para o início da produção. A vacina adsorvida hepatite B desenvolvida no Instituto Butantan é uma vacina recombinante de DNA. Diversos procedimentos são realizados para garantir a contenção do organismo geneticamente modificado, a eficácia e a alta pureza do produto final. Causada pelo vírus B (HBV), a hepatite do tipo B é uma doença infecciosa também chamada de soro-homóloga. O esquema de vacinação consiste em três aplicações por via intramuscular, sendo a segunda e a terceira doses aplicadas após um e seis meses, respectivamente.


dT- vacina adsorvida difteria e tétano

A vacina adsorvida difteria e tétano (dT) atua na prevenção das seguintes doenças: difteria e tétano. A infantil (DT) deve ser aplicada somente em crianças que tenham contraindicações para receber a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (DTP) ou tenham tido coqueluche, com diagnóstico bem fundamentado. Tanto a vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (DTP) quanto a vacina adsorvida difteria e tétano infantil (DT) podem ser utilizadas em crianças que ainda não completaram sete anos de idade.