O filo Arthropoda (do grego arthros = articulado e podos = pernas) agrega a maior parte dos animais conhecidos. São incluídos nesse filo os crustáceos, insetos, aracnídeos, diplopodas e chilopodas. Os artrópodes são caracterizados pela presença de pernas articuladas (que dão nome ao grupo) e de um exoesqueleto de quitina.
O Instituto Butantan possui um laboratório especializado em artrópodes, que tem como objetivo a criação e manutenção de animais de interesse em saúde. O laboratório atua na obtenção dos venenos, tanto para a produção de imunobiológicos como para demais pesquisas desenvolvidas pelo Instituto nessa área.
Os escorpiões, assim como as aranhas, também são aracnídeos e possuem corpo dividido em cefalotórax (peça única que une cabeça e tórax) e um abdome segmentado. Seu abdome é dividido em pré-abdome (com sete segmentos largos) e pós-abdome (com cinco segmentos estreitos – conhecido popularmente como o “rabo do escorpião”). No final do pós-abdome encontra-se o télson, popularmente conhecido como “ferrão”. É essa a estrutura responsável pela inoculação do veneno. Vivem muito bem em ambientes com acúmulo de entulhos e terrenos baldios, buscando alimentar-se de insetos que se proliferam nesses locais.
Todos os escorpiões são peçonhentos e seu veneno tem ação neurotóxica. No caso de acidente, ou suspeita de acidente com escorpiões, deve-se buscar auxílio médico imediatamente!
São animais de hábitos noturnos, buscando refúgio durante o dia. É nessa circunstância que a maioria dos acidentes acontece, pois muitas vezes refugiam-se em meio a roupas, lençóis ou dentro de sapatos. Por isso, é importante o hábito de sacudir roupas, lençóis e toalhas, e bater os sapatos antes de calçá-los.
Causador de mais de 90% dos acidentes com escorpiões no Brasil, é considerado o escorpião mais venenoso da América Latina, podendo causar a morte especialmente em acidentes com crianças ou idosos. Possui cefalotórax e pré-abdomen de cor marrom, enquanto que as pernas e o pós-abdome possuem coloração amarelada. Atingem cerca de sete cm e podem ser encontrados em áreas urbanas ou rurais, ou até mesmo dentro das residências.
Seu controle é dificultado pelo fato de essa espécie se reproduzir por partenogênese (ou seja, a fêmea não precisa do macho já que seus óvulos não precisam ser fecundados por espermatozóides) e também pela sua facilidade de adaptação ao meio urbano, com suas presas preferidas (baratas) em abundância e pela diminuição na presença de seus predadores. Podem viver até dez anos.
Seu nome (serrulatus) deriva da presença de uma serrilha (lembra uma serra) no quarto segmento do pós-abdome.
Distruibuição geográfica: ocorrem em todos os estados do Brasil, exceto na região Norte.
Atinge cerca de 5 a 7 cm. Possui pernas, tronco e cauda amarelo-claro. Também possui serrilha e o que o diferencia de T. serrulatus é a presença de uma faixa escura na parte superior do tronco e uma mancha triangular na parte dianteira do corpo. Sua coloração garante boa camuflagem nas áreas arenosas onde vivem. Outra característica é uma mancha escura na parte inferior do último segmento da cauda e uma serrilha no terceiro e quarto segmentos do pós-abdome.
Possuem reprodução tanto sexuada (por cópula macho/fêmea), quanto assexuada (por partenogênese).
Distribuição geográfica: é encontrado no Nordeste, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
É conhecido como “Escorpião Marrom” por possuir corpo de cor marrom-escuro e pernas com cor marrom-avermelhada. Mede cerca de 6 a 7 cm.
Duas características facilitam sua identificação: a ausência de serrilhas no pós-abdome e a presença de manchas escuras no pedipalpo.
Diferente do escorpião amarelo, possui reprodução sexuada, sendo os machos maiores do que as fêmeas. Não são animais agressivos, o que pode mudar no caso de perturbação de uma fêmea com filhotes.
Distribuição geográfica: ocorre na Bahia e nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.
O adulto possui coloração preta, por vezes um pouco avermelhada, e pode chegar a 9 cm de comprimento. Quando jovem, o corpo e os apêndices são castanhos e apresentam manchas escuras.
É a espécie responsável pela maior parte dos acidentes da região Norte do Brasil. Possuem reprodução sexuada.
Distribuição geográfica: encontrado na região Norte e em uma pequena região do Mato Grosso.